quarta-feira, 18 de junho de 2008

meia noite


Uso tanto o "eu" que resolvi usar o "Ele"
Ele, que não traz o aconchego ao meu edredom,
não diz besteiras baixinho ao pé do ouvido,
não envia rosas, ou realizaquaisquer carícias.
Ele, sim, ele não tem nome ou endereço,
fuigiu da memória, da idealização.
O Ele ficou recoberto de espectativas,
que morreu sem ao menos nascer.
Perdeu cabelos, envelheceu num gostar mais que imaginário
donde não ultrapassou o lúdico.
Deixou um ressoar vazio,
e a incerteza de uma saudade...
como sentir saudade de alguém que ao menos
envolveu-me em seus braços, num abraço terno e sincero?
Mas Ele ainda está em mim, sem estar.
Ele, que chamam Amor.

domingo, 1 de junho de 2008

Pequeno

(texto criado em 01/05/08)

As fichas estão em branco!
Nossas loucuras já se foram, abafadas pelo tempo.
O paciente tempo enterrou nosso amor.
As ruas da cidade aquecem a memória de tantas estripulias, confidências e acalantos.
Como Drummond diz: "ausência não é falta, é um estar em mim."
Agora no silêncio gélido do centro de São Paulo sinto a ausência em mim.
Por onde andará o pequeno que drenava minhas neuroses cotidianas?