Registro: Fabíola Junqueira
Este ano completam 5 anos que um ciclo fechou na minha vida, este mês minha filha de quatro patas partiu para ser feliz no astral dos pets, cheio de bolinhas em um campo lindo em que ela possa correr e ser feliz. A gente intenciona e acredita no que precisa para viver e se acolher.
Há 4 anos eu ganhei de presente uma orquídea linda de M.I,
pessoa que tive a felicidade de atender com Arteterapia por mais de um ano, ela
tinha uma ligação forte com a Argentina. Completei dois meses em Buenos Aires,
era para ser Salta, mas a gente acha que manda e por fim escolhi agora ficar
aqui.
Mês passado, completou um ano que conheci a última pessoa
que me apaixonei, nos tornamos amigos e ainda trocamos memes, reflexões
políticas e crises sobre o sentir. Tenho uma anedota dessa conexão: ele vive em
uma cidade que não é a mais conhecida de MG, eu sabia dela das histórias
contadas pela minha avó, que ano passado completou 90 anos. Uma mulher de pura
força, luta e amor, só assim para parir 10 filhos, criar os que sobreviveram a
jornada da vida praticamente sozinha,
superar dois casamentos difíceis e sair de um Estado para outro, pois era
grande demais para uma província. Dona Luisa merece um livro inteiro, não só
uma anedota. Das narrativas que eu escutei ao longo da vida para o interior da
Bahia, uma cidade que era hipotética se tornou real depois de um forró, algumas
cervejas e muita conversa. A vida é
Ainda desta mesma época, do mesmo Vale do Capão, da mesma
Chapada Diamantina, deste mesmo ciclo de um ano, recentemente me reconecto com
duas amigas queridas que estão exatamente no mesmo lugar que me transformou
tanto, acaso (?) Antes de seguir viagem, no meio da trilha, olhando para o vale,
eu prometi voltar para enfim fazer o roteiro de 5 dias no Vale do Pati. O grupo
“viagem ao Pati”, só cresce, acho que será uma excursão (rs).
Nesse ciclo intenso do último ano, passei por tantos
lugares, mudei de emprego algumas vezes. Me tornei leitora crítica e autora de
livros didáticos, produtora e tenho pensado em tirar da gaveta da mente e
coração os projetos de artista. Decidi ficar na Argentina, colocar a minha
energia para estudar e construir um outro caminho. Mas a gente acha que manda
em algo e a vida vem com tudo...veremos os próximos capítulos com a alegria de
quem descobre algo pela primeira vez, por vezes com estranhamento, outra com
encantamento.
Falando de planejar, eu tinha me planejado nesta manhã ir há
uma jornada de arte e memória, mas usei a desculpa do trabalho para ficar, na
verdade eu preciso de tempo e espaço. A querida Leila me invitou a desfrutar de
sua casa enquanto salia a recorrer el pais con Tango.
Voltando as fotos, gatilho para esta escrita, minha orquídea
criou raízes!
Minhas raízes foram parar no amuleto que trouxe da Bolívia
para abençoar os caminhos amorosos da Fáfá. Minhas raízes em São Paulo se
alargando para além, pois são cuidadas com afeto, mesmo de longe. Mas o que é a
distância? É lindo observar que quando me permito ser cuidada, cresço.
Dar-se conta na escrita que essa vida aquarelada se expande,
e dilata com a água da afetividade e que tem seu próprio tempo, como a natureza,
que as vezes parece morrer quando passa por um inverno vigoroso, mas depois renasce
e floresce na beleza da primavera. A sabedoria dos nossos ancestrais que não
carregavam diplomas nas paredes, mas até hoje ensinam sobre o não dito como os
bons mestres e mestras que são.
Que as minhas, as nossas raízes expandam para nos levar para
onde queremos e necessitamos ir, dentro dessa sabedoria outra, ancestral. Que
Pachamama nos nutra e que os pretos velhos nos acolham.
O amor é alimento, nutre e expande como as raízes que sempre
arrumam um modo de ir de encontro ao que precisam, e se necessário rompem o
asfalto, olhar para o céu e para o chão, apesar do humano, do capital, a poesia
da natureza com seu, ciclos, vive.
O amor multiplica, e o que eu quero nessa vida é abundância!