quarta-feira, 2 de setembro de 2009

(Auto) Reflexão

Inveja do que não vivi.
Aflita com meus medos, tudo que me prende
Não quero o sufocar dos poemas passados,
são monótonos, em escala de cinza

A vida parece um retrocesso do que já anciei
Meus valores estão confusos, sinto -me embriagada de mim.
A liberdade de ser eu, despojada de tudo e todos; a solidão.
Sou individualista, nego a minha presença
Em sonhos corro nua no abismo dos quereres
Uma orgia de sentidos,
o momento catártico se aproxima?

Não quero a indentificação de outrem, sequer me identifico
Sou indigente, não inocente
Delimito caminhos, cativo pessoas, mas tenho medo.

No fundo resta apenas uma garotinha com seus olhos marejados
gritando agitada por silêncio absoluto.


Qual o limite da incomunicabilidade?

Almejei tanto o amor de outrem,
mas sequer me amo

Valorizar os conceitos pré estabelecidos de sentimentos...

Não sei o que é o melhor,
estou lidando com o presente como se somente o agora, e o agora existisse.


Não sou Farsesco.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Formar-se

Forma (latim forma)

Configuração das coisas;
Figura;
Feito;
Feição;
Alinhamento, formatura;
Modelo;
Modo, maneira;
Formato;
Formalidade.

Criar forma deformando, desconstruir para construir.
Ciclo,
renovação de atitudes, conceitos, ideais, forma.
Vivemos construindo e desconstruindo,
agregando repertório,
vivência.
(será?)
Buscamos sentido para a nossa existência,
existir,
buscamos uma forma.
Uma forma de desformar,
formando uma forma,
esta desconstruida,
para gerar outra,
e outra,
e outra.
Qual é a forma que se forma no formar-se deformando?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Maldito seja!

Tenho medo do incerto, do simples e sutil;
Os olhos ternos com que me olhas e seu sorriso infantil.
Sinto que comi um pedaço do cogumelo da Alice
talvez isso explicasse minha frágil pequenes.
A euforia causada por momentos singelos me deixam tonta;
Minha escrita esta um lixo,
mesmo assim fica melhor que a sua, que não tem ritmo.
Será que penso?
Não penso.
...

sábado, 4 de abril de 2009

Desalento e despedida




Dê-me sua mão, vamos caminhar...
Não sei o rumo, apenas sentir os pés doer enquanto contemplo teu riso.
Não tem problema, poderá descançar depois, agora é a nossa hora.
Tenho um turbilhão de emoções que preciso compartilhar...

Não quero que se prenda ao meu jeito rude de ser, mas
Você tem tantas defesar que me sinto numa batalha sem fim...
Não tenho bola de cristal,
seria deveras útil para desvendas tantos segredos que insiste em guardar.

Estou sendo direta, é uma forma de burlar minha timidez.
O sol abre novos caminhos, por mais que eu prefira a penumbra,
não posso ceder.

Tanta poesia omitida, palavras não ditas, o silêncio comeu minha rima.
Pareço mais cética que o normal, talvez eu realmente esteja.
Não posso negar que a injeção de poesia bambeou minhas estruturas.
Infelizmente o ato foi atrasado,
definimos (defini) para onde iria tender nosso caminho.

Não seria sincera conosco se permanecesse como estava.
Acho que não sou uma pessoa sociável, e não consigo viver de meias verdades, meios sentimentos.


Desculpa por esse vômito, era para ser mais sutil,
mas não sou tão delicada quanto gostaria.

Se quiser pode descançar agora,
eu preciso ir, essa caminhada foi deveras intensa.

Não diga nada,
me acostumei com o silêncio e acho que devo levá-lo como resquícios desse momento.

Eu sei que é injustiça, egoismo mas prefiro assim.
Se precisar, sabe como me encontrar, não confunda o caminho me preocurando em outros sorrisos, não sou tão pretenciosa para ocupar tantos espaços.
...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Perder-se



Não é ingenuidade, é entrega.
Ela aprendeu a entregar-se a tudo que faz intensamente.
O olhar, o abraço, o beijo, nada é superficial, é como se mergulhasse em cada gesto, ação.
Ela sempre teve problemas com o emocional...
Tem doçura, delicadeza, mas também tem uma criança sapeca que se esconde debaixo de uma mulher fria e calculista.
O seu mundo é repleto de fantasias, das mais bobas as mais ricas.
Outro dia me contou sobre uma moça que viu no metrô, ela estava grávida e carregava um buquê de rosas vermelhas lindíssimo. Para ela rosas são sua forma mais real, que diante da beleza tem espenhos e folhas, e tenta defender-se, mas é frágil. Como as rosas da grávida levaram ela aos belos anos em que recebia flores, eu fiquei comovida com o adocicado da voz e o brilho que seus olhos tinham quando falava, senti certa inveja, mas contive qualquer atitude que quebrasse seu encanto.
O pior para quem brinca demais é quando esta falando sério brincando, e num deslize perde tudo.
Meu pior defeito talvez seja colocar muita expectativa em tudo, em sonhar e iludir-me com surrealidade do realismo.
Complico demais, mas quando sou simples é complexo.
Ela queria quebrar tudo, abrir sua porta e dizer poucas e boas, que isso não se faz!
Queria parar de sonhar, de sofrer e de se apaixonar.
Ela deveria ser outra, mais forte, sábia, e dura. Mas é fraca, fraquíssima!
A forma física é um suporte farcesco para uma estrutura frágil.
Ela vai caminhar novamente, levantar os olhos e fingir que nada aconteceu, seu orgulho é mais forte.
Vai se perder em outros braços, provar outros abraços, beijar tantos lábios.
Quem sabe assim encontre a liberdade novamente, antes de se perder nos olhos de outro menino.

segunda-feira, 30 de março de 2009

O delinear de um novo outono se aproxima.



Prefiro acreditar que as fantasias que sonho são mais reais que o cigarro que não acendi.

O clerical manto da inocência está manchado.
Eu não sou mais a mesma que outrora rasgou tua roupa e sussurrou delírios ao seu ouvido.
Minha dignidade é austera, e respeito seu silêncio com minha distância.
É insensato admirar as metáforas que escorrem dos meus pulsos?
São resultantes: as batalhas que travei, o amor, os desejos...
Atonita abdico do teu calor...

Mas, se em um dado momento
for composta nova melodia para a minha canção desritmada
Venha, faça barulho, acorde a vizinhança!
Grite, espernaie e não tenha medo do incerto.
As certezas nessa vida são fugazes

Não peça licença, arrombe a porta!





domingo, 29 de março de 2009

Individualista?

Tenho várias teorias a respeito do meu futuro.
A mais coerente tende ao seguinte (quesito emocional):

Uma pessoa seca, amarga, sozinha. Ligada a um mundo imaginário, repleto de teses, discussos, e argumentações sobre os temas mais variados, devaneios sobre a vida e a morte, e como elas coexistem.
Num apartamento colorido, meus companheiros serão livros empoeirados, desenhos rasurados, e tintas...o vazio dos meus dias será camuflado com jazz e drogas como Neruda, Cecília, quem sabe um pouco do bom e velho Kubrick, Glauber Rocha?
As crianças olharão para mim com curiosidade, debaixo de um olhar soturno sempre tem ternura, mas são raros os momentos que se manifesta.
Trocarei o chocolate quente por cafeína pura (já comecei esse processo), e compartilharei meu humor sádico com os amigos que restarem (afinal a vida continua, se você não se liga a alguém em laços matrimoniais, acaba sendo engolido pela vida, será?).
Se algum maledeto resolver entrar no meu mundo, simplesmente farei com que veja que pessoa agradável eu não sou, e o quanto eu não acrecentaria, e mesmo parecendo exótico um relacionamento com uma geladeira eu não estaria disposta a compartilhar mais que um café...

Minha mãe sempre me disse que com esse meu jeito individualista eu iria morrer sozinha, que eu vivo em sociedade, e dependo das pessoas. Marrenta que sou prefiro ignorar esse alerta e voltar para o acalando do meu edredom, onde meu livro e meu café esperam.

sábado, 28 de março de 2009

O queridinho da mamãe

Acho sinceramente tóxica a mistura de traumas psicológicos com carência afetiva.
É inevitável que fiquemos largados a mercê de um destino incerto, mas qual a responsabilidade dos nossos antepassados para o que nos tornamos hoje?
Ser uma pessoa digna, responsável, integra, inteligente, casta, polida, e socialmente agradável, sim é o sonho de qualquer familiar.
Poder exibir em reuniões familiares o orgulho que trouxe o filho pródigo, trabalhando numa boa empresa, com uma namorada decente, carro e uma vida estável.
Uma máscara tentadoura, não acha?
No fundo a pessoa faz terapia, tem ejaculação precoce e é um total submisso aos mandos e desmandos do chefe. Só sustenta o cargo de "respeito", por ser capacho, e a namorada gostosa com o dinheiro que cosegue como "puxa saco".
Sua vida é um inferno, embriaga-se sempre que possível (nunca perto da família, afinal as aparências em primeiro lugar!) toma anabolizantes e hormônios tentando rechear o esqueleto com mais substância, afinal homem é forte, e másculo!
No seu apartamento, numa gaveta secreta eatão enlaçados os seus prazeres, o segredo de uma vida obscura e sempre perseguida. Seu gosto exótico carece de mais testosterona que o normal.

segunda-feira, 23 de março de 2009

(IM) paciência

Ando sem paciência...
Andar sem rumo sempre foi uma ótima solução para degustar momentos efêmeros.
Hoje caminho impaciente, com o gosto amargo da agonia impregnado no meu padadar.
Não, eu lamento, mas não consigo deglutir seu discurso tão manjado e vazio.
O olhar, o sorriso, a diversão que outrora preenchiam uma trajetória em conjunto foram se apagando aos poucos do meu cotidiano.
Nossos momentos são frágeis como papel de fax, que depois de impresso em pouco tempo amarela e apaga.
Sinto que a solução é findar um pseudorelacionamento imparcial e objetivo.
Limites são sempre plausíveis, e por diversas vezes esquecemos deles.
Preciso de mais ternura e acalanto para os meus dias em escala de cinza.
Não posso esperar que pinte um novo futuro, talvez com cores vivas, é tarde e a vida não dá tempo!
Preciso tecer um novo caminho, infelizmente não tenho paciência para esperar até que resolva fazer parte dele.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Versões










Quem sou eu?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

me ensia a ser palhaço?


O filho tinha vergonha do pai, por que o pai era palhaço.
O filho se formou em Direito e seguiu outro caminho.

Um dia o filho visitou o pai, que já estava no leito de morte.

Ele era uma pessoa muito amargurada.
Então ele se acocorou, pegou a mão do pai e disse:
“Pai, me ensina a ser palhaço?”.
E o pai respondeu:

“Isso não se ensina seu bosta!”.

Cordel do Fogo Encantado.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A vingança


Eu sempre me orgulhei de nunca ter sido roubada, levando em conta que moro em São Paulo.
Pois ontem, voltando da faculdade fui abordada por uma criatura que não deu muita sorte.
Ando numa pindaíba tão grande que estou econimizando até na condução, esperei até quase meia noite pra pegar um ônibus que dá uma grande volta, e no final do seu itinerário (onde desço) passa o "maravilhoso" e "nada" demorado outobus que me leva até próximo de casa.
Depois de duas horas de paciente espera, e uma possível amizade com uma estudante de psiquiatria, consigo finalmente desembarcar nas proximidades da minha residência.
Dizem que a vida é cheia de decisões, eu decidi seguir cerca de 800m a pé à esperar outro ônibus que diminuiria o trajeto a tão sonhada caminha.
Pois bem, sigo ouvindo um bom Jazz no meu celular (que só funciona um fone) pera enganar a fome.
Eis que percebo uma figura perto de mim, e quando tento andar mais rápido, ele se aproxima e saca uma faca (puta merda, uma faca de cozinha, poderia ser pelomenos uma espada chinesa, ou uma daquelas do Crocolido Dandy, mas era uma xexelenta faca de cozinha das mais precárias, perigo de eu pegar tétano só de olhar) e afobado pega meu celular, e pede dinheiro, eu gritando falo que não tenho, ele insiste, e eu começo a chorar falando que não tenho. Ele deve ter percebido que sou tão fudida quanto ele e sai andando e levando meu celular ¬¬.
Eu chorava descontroladamente andando e me ocorriam várias coisas. Como poxa vida, pouca merda pra quê? que injustiça, e porra, nem dinheiro pra ser roubada não tenho rs.
O ladrãozinho da faca se deu relativamente mal, levou um celular velho, e nem um realzinho. Deve ter me chingado até a 3ª geração.
O mais engraçado (rir pra não chorar, certo?) é que quando cheguei em casa minha avó quiz dar uma de valente e saiu de carro querendo achar o fajuto. O que ela faria? Dar uns tapas nele e dizer: - Menino mau, isso é feio!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009



Senti saudade, ausência de ti.
Dizem que ausência não é falta, é um estar em si.
Desconfio que ficou um bucadinho de você em mim, um pedaço que faz falta.
Não sei se é no abraço que sobra espaço,
no caminhar sem rumo...
talvez seja no silêncio,
que acalanta tantas dissertações incapazes de serem descritas por palavras.
Passei para compartilhar, não do silêncio, este trago comigo, egoista que sou.
Mas das paravras que rasgam o branco vazio desse espaço e transmitem o que não consigo guardar só comigo.
você faz falta.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Amigos imaginários

Tenho amigos imaginários escondidos.
eles vem até mim, brincam com a minha imaginação,
provocam gostosas risadas internas e mantém minha infantilidade esquizofrênica.
É uma carência de consistência na vida, e as diversas lacunas do dia-a -dia são preenchidas com micro histórias, sem nexo.
Lembranças passadas, presentes e futuras num emaranhado de sensações.
Tenho dores, dificuldade com amores e boas conversas com lugares.Com lugares?
Sim!
As vezes só de olhar um lugar simpatizo, flerto como não ousaria flertar com alguém real (as pessoas dão medo, sabia?), assim vou enfim me aconchegando e fitando com carinho cada cantinho. Converso com os objetos, eles têm cada coisa pra contar que fico abismada, e por vezes corada.
Um dia consigo fugir. Serei um componente do espaço, para complementar uma ação, perfumar a vida das pessoas.
Ser um vasinho, pintado com cuidado e amor pela velhinha que relembra os amores e as dores de sua longa vida, de como o mundo mudou e sua memória ainda resiste a acompanhar tudo o que ocorre. Mais tarde, empoeirada quero ser quebrada pelos netinhos, que correm em volta da minha velhinha. Eles a amam, o cheiro de criança que ela exala pelos olhos é fascinante. Deve ser ele que atrai as crianças, ou serão os doces e gulosemas?
Depois quero ser recolhida, virar caquinhos, compor o muro de uma casa, num mosaico colorido que quase ninguém vê. Quero ver o passar apressado das pessoas que esquecem da cor da vida, e ficam uniformizadas no cinza da cidade. Eu colorida que seria, faria parar os apaixonados, os loucos ou sensíveis. As crianças a exclamar:
- Olha a flor!!! E o passarinho, mãe, mãe, tem um dragão na parede, olha!
E ficarei feliz.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Pessoa

você é como um poema inacabado.

Sempre tem-se a tentação de mais uma frase, mais um verso...
de ter pra sempre um poema em aberto, que se possa pensar e almejar todos os dias

mesmo odiando o fato de não conseguir concluí-lo


08/09/08