Prefiro acreditar que as fantasias que sonho são mais reais que o cigarro que não acendi.
O clerical manto da inocência está manchado.
Eu não sou mais a mesma que outrora rasgou tua roupa e sussurrou delírios ao seu ouvido.
Minha dignidade é austera, e respeito seu silêncio com minha distância.
É insensato admirar as metáforas que escorrem dos meus pulsos?
São resultantes: as batalhas que travei, o amor, os desejos...
Atonita abdico do teu calor...
Mas, se em um dado momento
for composta nova melodia para a minha canção desritmada
Venha, faça barulho, acorde a vizinhança!
Grite, espernaie e não tenha medo do incerto.
As certezas nessa vida são fugazes
Não peça licença, arrombe a porta!