
Foto: Cartier bresson
Quero fazer uma celebração!
Hoje venho agradecer em festa pelo teu sorriso, pelo alvo da tua pele, pelas tuas covinhas singelas...
O mundo precisa conhecer teu humor despojado e simples, de má índole que articula pelos bares e casas... teu enorme carisma e sua maneira nada delicada matar o português e ressuscitar Neruda.
Dos cheiros que exalas, prefiro o que resta em mim, para egoista visitar periodicamente, lembrando que me pertence.
Estas viva. És musa e real.
Não fui ludibriada por nenhum aldacioso deus grego - Sim eles adoram criar a perfeição, determinar ideais de beleza e manupular como titeiros nosso reles estado mortal - sã, absorta em meus pensamentos a cerca de ti, embebedada de álcool e poesia recrio tua figura, que brinca com os meus sentidos elevando a crença na não realidade formal.
Meu padrão é o teu ser.
Se teimo em fugir, não é por temer o não mais ausente nós, mas para certificar que minha lucidez não foi posta em xeque, para criar o mais que perfeito oposto complemento, transfigurado na tua figura.
Se crês na tragédia, na bíblia Aristotélica, eu sou ousada e quebro todas as paredes, agradeço a ajuda divina, mas recuso o deus ex machina, não temos salvação.
Somos contemporãneos, fugimos como animais selvagens quando o assunto em voga é "sentir", temos medo de ser apenas humanos. Bomba ambulante de sentimentos que explodem, reagem constantemente, preferimos a comodidade de ser nulo, máquina-humano, frio e calculista. Características da virtual vida comprada e entregue de bandeja, para degustarmos da aparência pela aparância.
Assumir a fragilidade mortal de apenas sentir afeto, permitir encarar a verdade silenciosa restrita aos olhos nos olhos é assustadoramente exitante!
Não transformarei nosso caminho cheio de crises em uma narrativa tipicamente Bergminiana, tão pouco sangraremos dramaticamente à moda Tarantino, quarde suas armas e deixe o ciúme passar.
Dê me sua mão, veremos a saga Almodóvar, somente ele para majestosamente sucintar nossa dramaticidade. Caso canse, podemos visitar nosso amado Woody, assim em meio a boas gargalhadas farás previsões para o futuro rabugento e arrogante para o qual estou fadada.
Espero que tenhamos sabedoria para lidar com as besteiras e seriedades da vida, assumir que o cotidiano pode ser enfadonho e cansativo. Quando chegar a esse ponto, lembrarei das pílulas vermelhas...
Apegada a minha ansiosa vontade de mergulhar na fantasia prometida, ciente de que tecer esse caminho não é fácil, assumo o desafio, teremos muitas esfinges, minotauros e uma feliz metavida.
Que humano normal não desejaria uma vida pacata, filhos, televisão ao final do dia, sexo a cada 15 dias, ver a família florecer e envelhecer graciosamente como dois plenos desconhecidos...
Como amo ser diferente!
Ter consciência de viver em uma sociedade medíocre, regida pelo capital, sustentada e governada por uma elite que se divide entre pseudointelectuais, bárbaros hipócritas e Ladys acéfalas é repugnante. Mas a luta histórica permite a graça de figuras políticas, culturais, artísticas e literárias... estas submersas no mesmo lodo usaram suas habilidades para impedir um suicídio em massa de uma pequena classe ligada ao bom senso, deixando claro que não existe dor que não possa ser curada com um bom trago, um bom livro, bons argumentos, um bom sexo, amor, arrogância e liberdade de ser quem se é, com toda a infindável complexidade que o simples carrega.