quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

(obs.: o vídeo está lincado, não aprendi a colocar vídeos aqui ainda)

O Amor é Filme

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

Um belo dia a a gente acorda e hum...
Um filme passou por a gente e parece que já se anunciou o episódio dois
É quando a gente sente o amor se abuletar na gente tudo acabou bem,
Agora o que vem depois

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimentos
E o mundo todo vira nós dois,
Dois corações bandidos
Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento
O Zoom in dá ré e sobem os créditos

O amor é filme e Deus espectador!

"- A gente devia ser como o pessoal do filme, poder cortar as partes chatas da vida, poder evitar os acontecimentos!
Num é?!?!"


Cordel Do Fogo Encantado

Composição: Lirinha

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Carta póstuma.


Entrei ensandecida em seu leito, era a primeira vez que veria sua lápide sozinha.
Não foi fácil, ainda sentia seu corpo anlaçado ao meu, seus suspiros ao meu colo, mas seus doces olhos não traziam o mesmo brilho.
Lembro ainda de quando nos conhecemos, era desamor com tanto amor.
Exclamava baixinho para você não ouvir:
- Meu Deus como ele me ama, o que faço agora?!
E deixei os dias responderem. Não fazia mais nada sem ser tua, sem ser nós.
Aos poucos fui gostando, fui amando e vivendo cada segundo ao teu lado como se fosse único.
Era inimaginável uma fissura entre nós, apesar de tantas discussões, agouros e mal dizeres eramos um paradoxo complementar.
Uma infindável dor abalou minha consciência. As lágrimas que escorrem de minha face tentam acalantar a ausência de mim, de ti.
Hoje ao acaso, na nostalgia adolecente relembro nossa vida com um amigo, sempre chegamos a conclusão de que o nosso amor era um mundo isolado, algo só nosso, que não daria abertura para qualquer reles mortal se aproximar e comungar do nosso amor.
Mas será amor ou doença?
Um mergulho as profundezas de outro ser sem volta sadia, a impotância do sorriso, e do "Bom dia", acordar idolatrando o outro, almejando sempe estar ao seu lado.
As cartas trocadas, se lembra?
Eramos amantes das palavras, das flores e das brigas.
Brigando com minha timidez e orgulho entregava a ti meu romantismo suado, dolorido, clamando por correspondência.
No mais doce afago jogavas bálsamo nas minhas feridas, sua escrita simples e objetiva retratava seus sentimentos com uma forma sutil e sincera, lamentando não possuir um rebuscar, e me desarmando dizia-se envergonhado por não retribuir como eu merecia.
Acredito que era perfeito, meu terno amor, e para não estragar a figura que será contada ateus netos você se foi.
A solidão violentamente tomou seu lugar, estraçalhando e desfigurando meus dias.
A vitalidade de outrora deu lugar a uma caricatura do que eu seria, sim, pois sem você não passo de uma imagem sem alma, incompleta.
Não voltaras! É o que repito toda manhã, sem seu olhos de ressaca da noite mal dormida.
Não é ele, grito silenciosamente vejo alguém que lembre sua feição.
Preciso dizer adeus, e peço ao seu Deus que cuide bem de ti, pois arrancaram de mim essa responsabilidade.
Que ele cuide de seu jeito, mimos e graças, e aviso que seria impossível não se apaixonar por suas caras e a doce forma com que fala.
Deixo a reprodução das rosas que me destes, estão repletas do que fomos.
Até a próxima vida, amor.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Até que ponto a sua individualidade interfere na minha?

O relacionamento estabelecido entre as pessoas (ou falta dele) é facinante.
Eu, devaneando em mais uma volta para casa reparei que as pessoas estão tão presas em seus mundos que esquecem dos outros, e de como eles interferem em sua vida (não estou fora dessa).
Não se se já repararam, mas um simples comprimento, um sorriso, um "Bom dia!" alegre, ou um ato grosseiro, e mal humorado pode melhorar ou estragar de vez o seu dia.
Um exemplo clássico desse nosso mundo "pós-moderno", são esses malditos celulares com auto falantes.
Um filho da puta que escuta música alta (se é que chega a ser música, mas enfim isso já é outra discussão) no trem, ônibus, metrô ou qualquer local onde estejam pessoas gozando da sua introspecção. Se esse indivíduo esquece que sua individualidade por mais insignificante que seja interfere na do próximo causando intersecções nas relações humanas, e exatamente no digníssimo momento em que a individualidade dele termina a do outro começa. Parece simples, não?
Pois é, mas sempre aparece uma criatura que sente-se no direito de compartilhar seu gosto (desgosto?) musical com o coletivo.
Eu sinceramente acho digno compartilhar momentos, aproximar-se das pessoas, mas contanto que as partes envolvidas estejam em comum acordo.
E tomada por um belíssimo sentimento de amor ao próximo, um sentimento tão grande e intenso capaz de trucidar lentamentente a alma boa que compartilha sua "potranca" e "piriquita" com os outros usuários do ônibus, resolvo abordar sutilmente a pessoa. Munida de toda a educação e delicadeza do mundo peço encarecidamente que abeixe o volume do aparelho, aponto o aviso que proibe o uso de aparelhos sonoros, agradeço a atenção e saio.
Fica ressoando apenas o tom minimamente irônico e nas entrelinhas:
- Escuta aqui seu imbecil, você é cego? Por que surdo percebi que é.
Não percebeu que é proibido o uso dessa merda aí????
Bom acho que não, e também não se tocou que ninguém é obrigado a aguentar essa falta de gosto musical!
Idiota!



(Eu ainda tenho amor a minha vida, e Morando em São Paulo você sabe como é... nunca se sabe quando uma bala pode atravessar suas víceras.)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Procura...

Visão

Uma noite, meu Deus, que noite aquela!
Por entre as galas, no fervor da dança,
Vi passar, qual num sonho vaporoso,
O rosto virginal duma criança.
Sorri-me - era o sonho de minh'alma
Esse riso infantil que o lábio tinha:
- Talvez que essa alma dos amores puros
Pudesse um dia conversar co'a minha!
Eu olhei, ela olhou... doce mistério!
Minh'alma despertou-se à luz da vida,
E as vozes duma lira e dum piano
Juntas se uniram na canção querida.
Depois eu indolente descuidei-me
Da planta nova dos gentis amores,
E a criança, correndo pela vida,
Foi colher nos jardins mais lindas flores.
Não voltou; - talvez ela adormecesse
Junto à fonte, deitada na verdura,
E - sonhando - a criança se recorde
Do moço que ela viu e que a procura!
Corri pelas campinas noite e dia
Atrás do berço d'ouro dessa fada;
Rasguei-me nos espinhos do caminho...
Cansei-me a procurar e não vi nada!
Agora como um louco eu fito as turbas
Sempre a ver se descubro a face linda...
- Os outros a sorrir passam cantando,
Só eu a suspirar procuro ainda!...
Onde foste, visão dos meus amores!
Minh'alma sem te ver louca suspira!
- Nunca mais unirás, sombra encantada,
O som do teu piano à voz da lira?!...

Casimiro de Abreu
Setembro - 1858

Sempre procurando, não desistimos!
Desda origem da humanidade os sentimentos são preponderantes para uma vida sustentável.
Podemos ter fundos, emprego, bens, uma vida estável, mas se o emocional não estiver de comum acordo de nada adiantará.

Preciso parar de me esconder.

domingo, 2 de novembro de 2008

Ausência

Um belo dia acordei e resolvi viver.
Por onde começar? Fazer amigos, sentir a brisa da manhã, um pouco de adrenalina quem sabe...
Um dia pensei na felicidade, mas estava tão distante que logo o pensamento passou e esqueci de tudo.
Sonhei com o amor, ele tinha passado pela minha vida, deixado muitas marcas e cicatrizes e um ideal insólido de perfeição.Acordei assustada, e todos od dias me pergunto se realmente foi um sonho.

domingo, 5 de outubro de 2008

sentido?


o silêncio tenso dos dias cinzas afrouxam a distância entre mim e a solidão.
Apego ao lúdico apreço do amor,
se somos metades complementares de outrem,
prefiro ser o complementar de mim.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

21/07/08


Poesia malabarista.

A melodia mais bela da minha partitura,
no aqui e agora.

Liberte-se das correntes que foram colocadas em ti,
vem ouvir a sinfonia do nosso presente, pois o passado se foi,
e futuro é composto a cada dia.

domingo, 13 de julho de 2008

Indigente

Foto : Vivian Martins


Sou uma alma leprosa
absorvida pelo cinza
ácido dessa cidade.
Uma mutação inorgânica e banal
do homo-sapiens.
Fui excluida da evolução
Eliminada do livro da vida.
Minhas mucosas áridas
prevém o falecimento mútuo
dos meus órgãos.
Ausência de cor e sentido.
A mais congênita metafísica abortou-me.
Sem nome;
Sem sexo;
Endereço e certidão de nascimento.
Um paradoxo niilista.
A idéia de uma Passárgada sustentou durante algum tempo uma inocente ilusão de vida sustentável.

Neste momento todas as lojasd, boutiques, shoppings, mercados e cafés
estão repletos de pessoas vazias.

Poesia de asfalto

Foto: Vivian Martins


" Viver é melhor que sonhar"

Diga isso as crianças

que morrem de fome

frio e lectospirose.



Mataram meus sonhos;

fuzilaram meus ideais;

afogaram minhas paixões;

envenenaram meus desejos;

decapitaram meus amores;

furaram meus olhos;

tiraram todo o sangue das minhas veias;

e me deram um número:

357.029.75-70

que chamam de C.P.F.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

meia noite


Uso tanto o "eu" que resolvi usar o "Ele"
Ele, que não traz o aconchego ao meu edredom,
não diz besteiras baixinho ao pé do ouvido,
não envia rosas, ou realizaquaisquer carícias.
Ele, sim, ele não tem nome ou endereço,
fuigiu da memória, da idealização.
O Ele ficou recoberto de espectativas,
que morreu sem ao menos nascer.
Perdeu cabelos, envelheceu num gostar mais que imaginário
donde não ultrapassou o lúdico.
Deixou um ressoar vazio,
e a incerteza de uma saudade...
como sentir saudade de alguém que ao menos
envolveu-me em seus braços, num abraço terno e sincero?
Mas Ele ainda está em mim, sem estar.
Ele, que chamam Amor.

domingo, 1 de junho de 2008

Pequeno

(texto criado em 01/05/08)

As fichas estão em branco!
Nossas loucuras já se foram, abafadas pelo tempo.
O paciente tempo enterrou nosso amor.
As ruas da cidade aquecem a memória de tantas estripulias, confidências e acalantos.
Como Drummond diz: "ausência não é falta, é um estar em mim."
Agora no silêncio gélido do centro de São Paulo sinto a ausência em mim.
Por onde andará o pequeno que drenava minhas neuroses cotidianas?

terça-feira, 27 de maio de 2008

solidão


... presa a estas linhas indago-me se a solidão é um estado contínuo, um prazer narcisista, ou um vislumbre de si.
queria a liberdade de um suicida, que morre por um ideal convicto (não estou aqui pra julgar certo ou errado)
... qual o ideal dessa vida? dessa pseudodemocracia?

estou farta do comodismo burguês!

as reformas sociais que tentam derrubar o resistente capitalismo mostraram-se utópicas, e seu líderes por mais convíctos em seus ideais de bem comum acabaram vendidos ou mortos.

viver estático é muito cômodo!

... não quero frases bunitinhas, mas reflexões coerentes!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Perfeita


há 21 anos nascia a minha parte complementar...

Irmã, amiga, companheira.

Um doce de menina que exala ternura conquista -nos no mar de seus olhos...

Fui abrutmatente consumida por essa cumplicidade,

dedico muito de mim a ti

e dedicarei pela eternidade!

minha pequena bailarina

não cozinha

canta, dança, encanta, devaneia ama.

Continuemos buscando esse amor nos olhos de outrem,

já que o verdadeiro e puro amor já encontramos- eu e você -sangue, alma.


Perfeita nos defeitos de viver intensamente.
Feliz ano novo!

domingo, 2 de março de 2008

ESTÃO JUNTOS? MAS ELES VIVIAM BRIGANDO


ESTÃO JUNTOS? MAS ELES VIVIAM BRIGANDO
Arte de Delacroix


O amor é a reviravolta dentro da diferença. É fácil descobrir quem pode se apaixonar. Basta que os dois, que mal se conhecem, estejam brigando. Ambos largam a conversa do grande grupo para os braços discordarem com maior liberdade. Entram em transe no meio da mesa. Já discutem com ardor, teimam por detalhes, acalentam seminários paralelos e sem fim. A princípio, identifica-se uma dissid ncia atroz, uma dessemelhança furiosa. Pelo primeiro encontro, a projeç o é que nunca ser o amigos. Demonstram um ódio mútuo pelas opini es emitidas. Falta apenas sair no tapa. Essas figuras antagônicas t m grandes chances de se casarem a partir daquele momento. Atraídas por tudo o que n o entendem um no outro. S o como o mar: violentos na margem, com repuxo e pancadas ininterruptas das ondas, e tranqüilos após ultrapassar a linha da arrebentaç o. Desencadeamos uma relaç o n o pela simpatia superficial, pela vizinhança óbvia das idéias, pelas afinidades visíveis, mas pelo desconhecido. É o desconhecido que nos chama. Algo que ele disse e n o se concorda, mas é intrigante - estimula a desejar entender. Algo que ela disse e é poético, até incompreensível - reivindica um quarto escuro e uma música para pensar melhor. O desconhecido irrita no começo, pede espaço, tempo e intimidade. Provoca o espanto e o cansaço intelectual. Temos que caminhar mais rápido para alcançar. Passar pela nossa moralidade de madrugada na ponta dos pés, sem acordá-la. N o nos apaixonamos por aquilo que sabíamos, mas por aquilo que n o sabemos e descobrimos que precisamos. Descobrimos subitamente que n o podemos mais viver sem. As declaraç es "ele é insuportável"/"ela é insuportável" devem ser traduzidas imediatamente em "ele me envolve"/"ela me envolve". O par se defenderá nos primeiros contatos, numa queda-de-braço silenciosa e inflexível. Há um exagero proposital na armadura, no combate. Nenhum dos dois aceitará uma trégua. Nenhum dos dois aceitará recuar e se desculpar. Nenhum dos dois admitirá a derrota dos argumentos. Mostram que s o mais decididos, mais temperamentais, mais convictos. E n o largam sua posiç o intolerante porque est o se exibindo, est o alertando que s o bons. Quase a comentar: "v como sou forte, n o é isso que está procurando?" Tentam convencer, e, de modo involuntário, seduzem. A oposiç o é enganosa: a provocaç o é uma cilada: a contrariedade é um pretexto para n o encerrar a conversa. N o se ama sem incomodar e ser incomodado antes. Os cachorros de casa v o latir desesperadamente pelo avanço do estranho pelos nossos corredores. Por que ele me perturba tanto? Por que ela me perturba tanto? Ela n o entende sozinha, e ele n o entende sozinho, e voltam a se encontrar para procurar a resposta. O amor cria sua depend ncia pela raiva. Porém, n o é raiva, parece raiva; é mistério.

Fabrício Carpinejar