O relacionamento estabelecido entre as pessoas (ou falta dele) é facinante.
Eu, devaneando em mais uma volta para casa reparei que as pessoas estão tão presas em seus mundos que esquecem dos outros, e de como eles interferem em sua vida (não estou fora dessa).
Não se se já repararam, mas um simples comprimento, um sorriso, um "Bom dia!" alegre, ou um ato grosseiro, e mal humorado pode melhorar ou estragar de vez o seu dia.
Um exemplo clássico desse nosso mundo "pós-moderno", são esses malditos celulares com auto falantes.
Um filho da puta que escuta música alta (se é que chega a ser música, mas enfim isso já é outra discussão) no trem, ônibus, metrô ou qualquer local onde estejam pessoas gozando da sua introspecção. Se esse indivíduo esquece que sua individualidade por mais insignificante que seja interfere na do próximo causando intersecções nas relações humanas, e exatamente no digníssimo momento em que a individualidade dele termina a do outro começa. Parece simples, não?
Pois é, mas sempre aparece uma criatura que sente-se no direito de compartilhar seu gosto (desgosto?) musical com o coletivo.
Eu sinceramente acho digno compartilhar momentos, aproximar-se das pessoas, mas contanto que as partes envolvidas estejam em comum acordo.
E tomada por um belíssimo sentimento de amor ao próximo, um sentimento tão grande e intenso capaz de trucidar lentamentente a alma boa que compartilha sua "potranca" e "piriquita" com os outros usuários do ônibus, resolvo abordar sutilmente a pessoa. Munida de toda a educação e delicadeza do mundo peço encarecidamente que abeixe o volume do aparelho, aponto o aviso que proibe o uso de aparelhos sonoros, agradeço a atenção e saio.
Fica ressoando apenas o tom minimamente irônico e nas entrelinhas:
- Escuta aqui seu imbecil, você é cego? Por que surdo percebi que é.
Não percebeu que é proibido o uso dessa merda aí????
Bom acho que não, e também não se tocou que ninguém é obrigado a aguentar essa falta de gosto musical!
Idiota!
(Eu ainda tenho amor a minha vida, e Morando em São Paulo você sabe como é... nunca se sabe quando uma bala pode atravessar suas víceras.)
O preço da conciliação
Há 4 semanas
Um comentário:
Adorei.
Muito bom.
É interessante notar como a vida é na verdade uma teia, na qual as individualidades têm que aprender a se portar.
Todos tocamos todos, nossas existência deformam tudo ao nosso redor. E alertar alguém que está interferindo na sua liberdade, abusando da dele, é nescessário e notável.
E uma bala perdida nunca é realmente perdida, principalmente se encontrar alguém em seu caminho...
grande beijo
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